Comecei a pensar em preto e branco
Eu já sonhava sem cores, agora só me falta perdê-las na visão
Eu não tenho vida na imaginação
Tudo o que vem, vem um pouco triste
Tudo que vai, vai da maneira mais poética
Vou perdendo tudo de forma bonita, beleza só para a solidão
Só para o que perdemos, só para esconder sorrisos
Os sorrisos me saem fácil, mas são vazios
Risadas, abraços e olhares são eternos em mim
Mas dificilmente terão a força que necessitam
Eu amarei a todos o máximo que puder, mas nunca o suficiente
Pois apenas amo quem não existe, quem não sabe que eu existo
Derramo amores e mais amores em fotografias
Para quem está a minha frente sobram apenas delicadezas
Pelo menos as minhas delicadezas ainda têm um pouco de beleza
Resgato um pouco a complexidade dos sentimentos
Para dar aos que querem isso de mim
E é tão estranho que eu seja todo sentimento,
Mas não consiga fazer com que apareçam com grandeza
Apenas aqui, nesse pedaço de papel, consigo
Consigo que tudo me venha, toda verdade que guardo
Por aqui tenho a facilidade de abrir meus espaços,
Minhas gavetas, meus buracos negros
Aonde, lá no fundo, talvez ainda exista alguma cor
Nenhum comentário:
Postar um comentário