Uma pessoa que está tatuada em mim é Nara Leão. Sua voz pequena era uma das únicas coisas que me faziam dormir nos tempos em que a minha depressão substituíra meu sono. Lembro de como me emocionava ouvindo sua versão de “Insensatez”, sua doçura era inigualável, nenhuma cantora conseguia me passar àquela mesma sensação. Vendo suas fotografias vejo uma mulher comum, humana e sensível, assim como dizia em “Com Açúcar, Com Afeto”, alguém que podia lutar contra a ditadura e sofrer por um amor que não dá certo. Bordar e gravar um disco chamado “Opinião” em plena ditadura militar. Quando, de repente, começa no rádio sua voz cantando “João e Maria” eu ainda sinto vontade de chorar e cantarolo junto: “Agora eu era o herói, e meu cavalo só falava inglês...”
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