Boas Vindas

Boas vindas a quem chega a esse blog. As coisas escritas aqui são frutos da mente poética, depressiva e inconstante de uma pessoa que é muito jovem para sentimentalizar tanto as coisas.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Jeff Buckley - Grace


Jeff Buckley já era filho de um grande compositor, Tim Buckley, muito antes de se tornar famoso e celebrado, e não viveu o suficiente para ver até onde seu sucesso chegaria. Pouco depois do lançamento de seu primeiro e único disco, Grace, Jeff se afogou num lago, após uma bebedeira com os amigos. A morte prematura com certeza nos privou de uma carreira brilhante que estava por vir, mas por outro lado nos fez notar a grandeza de suas canções naquele único trabalho que deixou para trás. Buckley foi um artista sensível, sempre com uma bela melancolia na voz e que, além disso, sabia como fazer sucesso, suas músicas unem o forte talento artístico com um ótimo apelo popular, que só um "hard-roqueiro" consegue. Jeff sofreu muito em vida por ser considerado mais bonito do que talentoso, porém já sabemos que isso não é verdade, entre todas as maravilhosas faixas do disco, estão duas muito especiais para o mundo da música, sua versão de "Hallelujah", de Leonard Cohen, a mais famosa até hoje, capta toda a poesia da letra do mais poderoso dos compositores do folk canadense, e a faixa-título "Grace", que soa como um apelo desesperado a tudo e qualquer coisa. Coloco ambas as músicas aqui, para agraciar os ouvidos de vocês.

Grace


Hallelujah

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Difícil, só um pouquinho

Eu disse que nunca mais seria o mesmo, nunca mais sou, nunca serei agora,

E tudo que é sutil nesse estado metódico das coisas até que me agrada.

Se uma pessoa comum ao meu dia-a-dia me enxergar por aqui

Dirá que estou ridículo, que larguei meu ideal, ideologias que conheci superficialmente

E que só me passam na cabeça quando estou discursando meu texto não profundo sobre como sou sensível ou era.

Manias um tanto sãs e outras um tanto doentias se confundem na minha depravação

Que alguns dizem ser normal, porém é insanidade pura e simples nesse poema de baixa literatura,

Eu já entendi minha profunda forma conservadora de pensar

E vi as coisas radicais e liberais se revisarem nas minhas idéias, se tornando mais fortes.

Eu deixei de ser aquele lá, nunca mais o sou, nunca serei nos dias que virão

E tenho que me conformar em ser um pouco difícil

Glamour

Tentando esquecer as velhas botas coloridas e o cabelo com purpurina,

Usando o violão e livros inteligentes. Eu não me via mais,

Eu fui algo estranho e ainda sou, porém os estranhos não combinam

E tudo que eu via agora está mais colorido, porém mais triste também.

O que me importa? As roupas que brilham estão nos armário

Se os fãs as quiserem ver, vão ficar por aqui por um bom tempo

E nada vai mudar as memórias e os vídeos na internet,

Os vírus não vão chegar a todos os detalhes

E minha coloração de pele só vai mudar se as fotografias envelhecerem,

As que ainda estão em mãos.

Eu ainda sou interessante, mesmo mais velho e de terno,

Sei que ainda se lembrarão de mim, vão ler nas entrelinhas das coisas.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Fleetwood Mac - Rumours


O disco desta semana contém uma música que tornou-se uma das minhas preferidas, a pouco tempo a escutei pela primeira vez, e agora praticamente não escuto mais coisa nenhuma, está canção é "Go Your Own Way", da banda america-britânica Fleetwood Mac. A banda teve diversos membros desde que foi formada por Peter Green e Mick Fleetwood, porém a formação mais conhecida é a que está neste disco, com Fleetwood, John e Christine McVie, Lindsey Buckingham e Stevie Nicks.
O álbum "Rumours" foi o grande ápice da banda, com diversos hits e a sonoridade que tornou o grupo uma das bandas mais clássicas do rock'n'roll. Com um pouco de blues, o Fleetwood Mac deixou sua marca no mundo da música, as canções arrastadas e o visual selvagem e místico de Stevie Nicks são inesquecíveis e continuarão sendo por um bom tempo.

Dreams


Go Your Own Way

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Cisne Negro, de Darren Aronofsky


Nasce uma obra-prima. Uma grande interpretação, um diretor único e original, uma produção espetacular e um clima de terror psicológico constante e perturbador. Tudo isso está no surpreendente "Cisne Negro" do cineasta Darren Aronofsky, um filme que com absoluta certeza entrará para o hall dos filmes que durarão para sempre. Natalie Portman quase nos mata com sua primorosa atuação como a problemática bailarina Nina, que é escolhida para viver o papel duplo que protagoniza do clássico ballet "O Lago dos Cisnes", perfeita para o lado branco e doce da rainha cisne, porém incapacitada de fazer seu lado negro, o Cisne Negro do título, que é maligna, selvagem e sensual, coisas que estão longe da frágil Nina. Perturbada por diversos fatores, como a mãe frustrada (a icônica Barbara Hershey), o abusivo treinador (Vincent Cassel), a antiga estrela do ballet (Winona Ryder) e a bailarina substituta Lily, que parece persegui-la constantemente (interpretação incrível da jovem Mila Kunis).
Outro ponto importantíssimo é a direção de Aronofsky, um cineasta raro, como poucos nos dias de hoje, até agora dirigiu apenas cinco filmes, porém todos surpreendentes, além do aqui retratado são eles "Pi", "Réquiem para um Sonho", "Fonte da Vida" e "O Lutador". Seu estilo sempre alcança um lugar próximo do surreal (com exceção de "O Lutador") que nos enlouquece pouco a pouco durante seus filmes. A tensão de "Cisne Negro" tem sua perfeição exatamente pela presença desse diretor.
Além disso tudo precisamos mencionar os lindos figurinos e maquiagens que hão de enlouquecer os fanáticos por moda, os efeitos aterrorizantes, a edição e fotografia impecáveis, e um roteiro instigante e complexo. "Cisne Negro" é um filme completo e impressionante, obra cinematográfica indispensável desse ano e provavelmente de todos os tempos. Está atualmente indicado para cinco Oscars e é o provável ganhador da estatueta de melhor atriz, saberemos com certeza este dia 27 de fevereiro, a noite das premiações da academia.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Nara Leão - Dez Anos Depois


O disco da semana é uma obra única, quase um fato histórico, o álbum "Dez Anos Depois", de Nara Leão, marcou o momento mágico em que a musa da Bossa Nova retornou ao seu estilo de berço. É um disco que pode ser ouvido do começo ao fim, sem parar, nenhuma música te cansa, são todas suaves e perfeitas na voz doce dessa que é uma das melhores cantoras da música brasileira. Nara também mudou a cultura ao gravar o samba do morro antes de qualquer outro artista do mundo intelectual, gravações como "Opinião", "Diz Que Fui Por Aí" e "Carcará" foram de suma importância para os rumos da MPB, realistas e contestadoras, essas canções instigaram o público e também o perigoso governo militar, que não gostou muito dessa afronta. Também alcançou o sucesso extremo com "A Banda", de Chico Buarque, música ganhadora de festival que até hoje é adorada por legiões de fãs.
Porém seu ponto máximo durante a carreira foi esse insuperável retorno a Bossa Nova, estilo que abandonara antes da gravação de seu primeiro disco, depois de problemas com seu então noivo Ronaldo Bôscoli. Nesse álbum ela é apaixonante faixa após faixa, tudo que está ali é adorável e surpreendente, talvez um dos maiores discos da história do Brasil. Dentre todas as obras supremas ali presentes, escolho "Insensatez" e "Corcovado" para colocar aqui. Aproveitem.

Insensatez


Corcovado

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Insensível

Eu já não lembro muito bem do jeito com que eu sentimentalizava as coisas,

Ainda estão por perto, mas agora a situação é mais gélida

E quando estou sozinho só o que passa pela minha face é a falta de expressão,

Estou incrivelmente insensível, eu posso rir, conversar e até me emocionar,

Porém minhas sensações estão sem graça

E eu não me sinto mais magicamente triste, magnificamente saltitante

Ou incrivelmente irritado,

Tudo está mais do que normal a minha frente

E quando penso em belezas, estas não me afetam como antes afetavam,

Agora o dia começa e o dia termina, eu senti, mas senti sem graça,

Eu me tornei insensível