Me sinto um passarinho depenado,
Gelado num freezer imundo
Eu estou congelado e não me movo
Começo a rir porque não acho graça nenhuma
E quero me esquentar
Me sinto uma menina menstruada,
Com cólicas terríveis e insuportáveis
Eu estou tão destruído, tão fraco
Fico, então, provando que tenho força demais
E ergo uma casa com a mão
Me sinto um escravo castigado,
Com marcas de chicote na carne
Eu estou em carne viva e nada mais
Surjo no meio da noite para me assombrar
E não levo nem susto
Me sinto uma fruta descascada,
Sem pele, sendo comido
Eu estou aqui e sinto as dentadas
Começo a me despedir dos pedaços que vão
E esqueço de tudo
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