Concluí minha obra nessa coisinha
Poema dos fracos, tristonhos, doentís
Subtraído de minha mente vazia,
Ou talvez cheia demais para entender
A estúpida complexidade dessa vida,
Dessa sociedade tão suja e morta
Eu encontrei tradução grandiosa aqui
Nessa folha, nessa incoerente coisa
Coisinha feita de palavras de pó,
De comprimidos amassados e diluídos
Eu me achei completamente no poema
E é tão fácil ser difícil aqui,
Pois é aonde estou longe e perto
Das pessoas que me causam mal
Descobri minha obra nisso tudo,
Nessa poética fraqueza escondida
Aonde sou o único deus, o ser vivo,
O único pedacinho de pão esfarelado
Derramo algum sentimento de dor
Para conseguir ser vivo na vida,
Pois a sociedade religiosa é má
E sei que qualquer divindade a abominaria
São mais corretos os prostituídos,
Doloridos e poéticos como eu sou
Aqui nesse buraco de pensamentos
Nessa coisinha de confissão pessoal,
Poema como se chama aqui na terra
O mundo que acho imundo de estar
Vou me deitar, pois já acabei por aqui
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