Boas Vindas

Boas vindas a quem chega a esse blog. As coisas escritas aqui são frutos da mente poética, depressiva e inconstante de uma pessoa que é muito jovem para sentimentalizar tanto as coisas.

domingo, 17 de outubro de 2010

Harmada, de João Gilberto Noll


Estou lendo esse livro, Harmada, no momento, e a sensação que me trouxe foi um tanto inesperada. Resolvi lê-lo pois estava interessado em conhecer literatura brasileira contemporânea, algo que se encaixasse perfeitamente nos dias de hoje. Peguei este livro numa livraria e ao ler suas primeiras páginas não gostei, me pareceu um tanto clichê, as palavras rebuscadas, a falta de continuidade de tempo e falas que pareciam desconectadas de qualquer coisa. Porém, avancei no texto e cai na real, o que havia encontrado era algo inacreditável, o texto mostrou-se para mim realmente complexo, longe do comum que tinha pensado ser no inicio. O personagem principal sempre vagando e se envolvendo em situações estranhas me cativou muito, um homem de meia-idade (provavelmente) que não leva nada muito a sério, é um ator sem sucesso que se perdeu no mundo, sua vida passou de orgias com artistas para filas de sopa para indigentes. Acaba num asilo, lá encontra a filha de uma mulher que foi muito importante em seu passado. Essa personagem, Cris, me cativa mais ainda, é provavelmente a coisa de que mais gosto na história, uma garota perdida, sem pais, inventando histórias para as pessoas que não a conhecem bem. Tudo nessa narrativa de Noll tem um ar cinematográfico para mim, cheio de encontros e desencontros, jogos de cenas, chego a pensar que me lembra o estilo Wong Kar-Wai de filmar.
Ainda não terminei de ler o livro, então nada mais posso contar e nada mais posso filosofar sobre. Assim que o terminar poderei falar mais. Porém já indico-o para quem quer algo diferente do que o de costume.
João Gilberto Noll é natural de Porto Alegre. Recebeu três prêmios Jabuti e teve obras adaptadas para o cinema e o teatro. É considerado pela critica um dos principais nomes da literatura brasileira atual. O jornal Folha de São Paulo disse sobre ele: "Compões textos em carne viva...", um grande e merecido elogio.

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