Boas Vindas

Boas vindas a quem chega a esse blog. As coisas escritas aqui são frutos da mente poética, depressiva e inconstante de uma pessoa que é muito jovem para sentimentalizar tanto as coisas.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Bernardo e Juliana no mundo de lágrimas

Juliana chorou tanto que um mar sua casa se tornou,

Estava sozinho nesse oceano de suas tristezas

Juliana saiu de barco pela rua, a caminho do analista,

Este vivia num outro continente após a avenida rio Nilo

Juliana correu mundo, mesmo sem sair do bairro,

Estava tão cabisbaixa que as pessoas sentiam pena

Juliana remando rumo ao seu próprio final, sozinha,

Já não podia mais abrir sua garagem para pegar o avião

Juliana não queria viajar até a casa de sua tia,

Lá era tão longe, depois do pacífico Zona Sul

Juliana precisava voltar a sua toca, sua caverna,

Estava toda bagunçada e precisava arrumá-la

Juliana não tinha mais o que fazer, estava pálida,

Queria muito mudar, mas fingia não saber

Juliana fingia não saber desamarrar a corda,

Aquela que prendia seu barquinho ao portão de casa


Bernardo, um dia, gritou tanto que um maremoto criou,

Vivia bem longe no oceano que uma moça chorou

Bernardo se despediu das suas coisinhas,

Foi pegar uma lancha, porém só encontrou um pedalinho

Bernardo não sorria já faziam três milênios,

Quando abriu-se numa risada o mundo ainda tinha cor

Bernardo precisava encontrar alguma coisa importante,

Não sabia o que era, não queria nem saber

Bernardo abriu os cadeados, mas não conseguiu virar a esquina,

E por fim voltou para sua doca pessoal

Bernardo amarrou seu barquinho de papel junto a TV,

Ficou assistindo o jornal nacional, pesquisando

Bernardo procurava nas noticias uma festa,

Uma comemoração qualquer, uma em que não iria

Bernardo não conseguia gostar de nada com vontade,

Estava sempre encostado em sua tumba


Juliana resolveu sair finalmente, para valer,

Colocou um motor novo em seu pequeno barco

Bernardo, foi aí que gritou, e seu maremoto correu,

Atravessando toda aquela água azul e verde

Juliana caiu no mar que saiu de seus olhos,

Quase se afogou no que era seu, mas alguém a salvou

Bernardo tirou a garota daquela praça subaquática,

Olhou para ela, ela era a dona daquele mundo triste

Podiam agora juntar seus problemas e chorar juntos

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