Volto ao blog depois de uma pequena temporada sem muitos posts. Escolhi para o retorno falar de um filme que me emocionou muito e emocionou a tantos mais, seus dois atores principais arrebataram Oscars nas categorias principais, ator e atriz, além do prêmio de melhor roteiro original. "Amargo Regresso", de Hal Ashby, com Jane Fonda e Jon Voight, é o que eu considero um bom exemplo de filme para atores, aquele tipo de cinema sem grandes pretensões, apenas contando uma história e deixando os atores livres para mostrar seus talentos, sejam cômicos, sejam dramáticos. O filme nos mostra uma mulher (Fonda) entre dois amores, seu marido (Bruce Dern), que está na guerra, e um velho amigo (Voight), que reencontra em um hospital para veteranos do Vietnã, paralítico e frustrado. Essa trama seria óbvia e manjada, não fossem as impressionantes interpretações de seus atores: Jon Voight está irreconhecível, doce, suave, longe da imagem que temos dele nos dias de hoje como pai de Angelina Jolie e protagonista de uma difícil relação com a mesma; Jane Fonda mostra um de seus mais potentes trabalhos no cinema, forte e emocionante, cheia de olhares e toques, tudo encaixado perfeitamente, sem exageros. Ladeando os protagonistas estão Bruce Dern e Penelope Milford em ótimas atuações, também indicadas ao Oscar.
O relacionamento dos personagens principais é de uma sensibilidade incomparável, levando o assunto repetitivo com leveza e nenhum tipo de clichê, talvez equipare-se apenas a "Pontes de Madison" e "Entre Dois Amores", filmes que também abordam o tema de um jeito bonito e delicado, melodramas exemplares, adoráveis, e que ficam na memória do espectador que se deixa levar pela emoção das pequenas coisas.
Aqui está a cena mais bela do filme, quando Jane Fonda e Jon Voight se despedem, sabendo que ela terá que voltar para o marido, que está voltando para casa. Eles se abraçam longamente sobre a cadeira de rodas, numa cena lindíssima.
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