Meus detalhes e manias vão se multiplicando enquanto o tempo passa,
Sinto as dores de todos os tempos, os sofrimentos de todas as guerras,
Canto as canções mais tristes, mesmo nos dias mais fáceis que passam,
Minha existência, mesmo que ladeada de alegrias, é feita de tristezas,
Mesmo com mil anos de idade, mesmo que tudo mude no mundo,
As coisas ridículas em mim vão permanecer, eu vou seguir desgastado,
Enquanto isso a chuva vai molhar a rua dezenas de vezes,
O anoitecer vai acontecer tantas vezes que será incontável,
E eu continuarei eternamente na fossa, cagando e andando para a vida,
Sorrindo bobamente e sem vontade, ouvindo as mesmas músicas,
E talvez algumas coisas novas que me pareçam interessantes,
Só para variar, só para não parecer antiquado, moderno até o fim,
Eu e o mundo que caiu, eu com Maysa e Angela Ro Ro, sofrendo pela casa,
Sem o álcool, mas com os remédios o tempo todo, vou me destruindo,
Para acabar na vida que os outros tiveram que suportar, mas sem ressurgir,
Até que um dia se lembrem de mim e me queiram entender.